Pessoal,
Recebi um e-mail intitulo INVERSÃO DE VALORES, que estou transcrevendo no final do meu comentário.
Não quero me delongar muito na discurção, mas quando leio e-mails como esses que instigam nossos sentimentos de desafeto, ódio, rancor e violência, sinto uma angustia que não me deixa calar.
Não quero defender o crime, a atrocidade. Da mesma forma que não defendo a vingança instituída por um poder maior que é o estado. Se quiser vingança que vá você, o ofendido, em busca dela, mas não se utilize de um ente mais poderoso, que já lhe proporciona uma qualidade muito maior do que a outros desassistidos.
É bem verdade que determinados seres humanos são levados a uma condição de vida, se é que se pode chamar de vida, onde não possuem uma estrutura psicológica mínima. Desestrutura familiar, violência doméstica, abusos sexual, são todas essas condições extremamente comentadas nos nossos ciclos de conversar, mas que não nos tocamos do real valor.
Amigos, se um dia puderem, longe do conforto dos seus lares, que graças a Deus foi proporcionada por uma estrutura familiar, se aproximar de tais mazelas da sociedade, vendo crianças, tanto meninos como meninas, abusados pelos pais, tios, quase sempre parentes próximo, pessoas em que esses pequenos confiam plenamente, e por estes primeiramente traídos, verão que não confiaram em mais ninguém, e nem podem! Como confiar!?
A revolta de um garoto, que no auge de sua adolescência, querendo fazer parte dos grupinhos para assim conquistar suas primeiras namoradinhas, ver como referencia aquele marginal, traficante, que transmite um poder que seduz as, desculpe a expressão, “cocotas” da comunidade.
Nossos adolescentes nunca tiveram oportunidade de ter um referencial, um pai super-herói como muitos de vocês já são e senão, um dia haverão de ser.
O único local, longe dessa situação animalizada que são as nossas favelas, depósitos de indigentes, são as instituições de ressocialização, exemplo: FEBEM. E que grande instituição! Ai eu pergunto: como dar exemplo de dignidade humana?
Minha gente, quem nunca conheceu o amor não pode amar. Quem só conhece o ódio, a violência, a dor, só disso poderá viver. É o referencial.
Agora falaremos sem pudores. Ninguém está nem aí pra isso. As pessoas não querem arrumar as coisas. Quero defender o que é meu e os outros que se lixem. Queremos é vingança. Queremos que essa dor que sentimos hoje seja aliviada da maneira mais rápido possível como fazemos com nossas dores físicas. Mas só tomamos remédios para os sintomas! E a doença? A doença que se lixe eu quero é aliviar essa dor.
O cristianismo traz como princípio filosófico o amor. Aquela história de que só o amor constroi. E é admirável como, apesar de o Brasil ser um país de maioria cristã, sejam católicos, ou evangélicos, que tratam tem como base filosófica o amor, não vivermos esse que é o mandamento máximo dessa doutrina.
Não serão as retaliações, as punições mais pesadas, que impedirão que outras pessoas entrem no mundo do crime e principalmente: que outras pessoas morram. Pra mim não importa penas mais duras ou mais brandas. Eu sinceramente espero que não precise existir mais penas nenhuma, e muito menos crimes. O que eu quero meus amigos é que não se precise mais violentar ninguém para servir de exemplo. O que eu quero é o fim de toda essa violência.
Entre uma pena de morte para alguém que matasse um familiar meu e a não morte eu prefiro que meu familiar não morra.
"Do rio que tudo arrasta se diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem"
(Bertolt Brecht)
INVERSÃO DE VALORES
CARTA DE UMA MÃE PARA UMA MÃE EM SP, APÓS NOTICIÁRIO DA TV. De
mãe para mãe...
"Hoje vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a
transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em
São Paulo para outra dependência da FEBEM no interior do Estado. Vi você se
queixando da distância que agora a separa do seu filho, das
dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros
inconvenientes decorrentes daquela transferência. Vi também toda a cobertura
que a mídia
deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães
na mesma situação, contam com o apoio de comissões, pastorais, órgãos e
entidades de defesa de direitos humanos. Eu também sou mãe e, assim, bem
posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro. Enorme é a
distância que me separa do meu filho.
Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas
que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos
porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação
do resto da família. Felizmente conto com o meu inseparável companheiro,
que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro
espiritual. Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho
matou estupidamente num assalto a uma videolocadora, onde ele, meu filho,
trabalhava durante o
dia para pagar os estudos à noite. No próximo domingo, quando você estiver
se abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o
meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da
periferia de São Paulo... Ah! Ia me esquecendo : e também ganhando pouco e
sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? Que eu estarei pagando de
novo, o colchão que seu querido filho
queimou lá na última rebelião da Febem."
CIRCULE ESTE MANIFESTO. TALVEZ A GENTE CONSIGA ACABAR COM ESTA
INVERSÃO DE
VALORES QUE ASSOLA O BRASIL !
DIREITOS HUMANOS PARA OS HUMANOS DIREITOS !